Os novos arranjos familiares
Para a psicóloga e professora da PUC-Rio, Andréa Seixas Magalhães, na contemporaneidade, a “paternidade tem sido permanentemente desafiada”. Ela explica que os diferentes arranjos familiares, constituídos nos últimos anos, estão contribuindo para as transformações no exercício da paternidade. Ela também destaca que as vivências atuais, entre pai e filhos, influenciarão e “moldarão os modelos paternos futuros”. Andréa Seixas Magalhães é mestre e doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Atualmente, Andréa é membro efetivo da Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo do Estado do Rio de Janeiro – SPAG-E RIO. IHU On-Line - Quais são as implicações e desafios do exercício da paternidade atualmente? Há diferenças entre o pai de uma família monoparental, biparental ou reconstituída?
Andréa Seixas Magalhães - Considerando as mudanças aceleradas e fluidas da sociedade contemporânea e a transformação dos padrões tradicionais familiares, parâmetros de referência para o desempenho dos papéis parentais nas décadas anteriores, a paternidade tem sido permanentemente desafiada. Os diferentes arranjos familiares da atualidade, famílias monoparentais (feminina ou masculina), biparentais (hetero ou homossexuais) e reconstituídas, impõem transformações no exercício da paternidade. Nos múltiplos arranjos familiares encontrados, as regras familiares, os valores, os modos de expressão dos afetos, a hierarquia, assim como as metas familiares, constituem-se diferentemente. Ressalto que o tipo de arranjo familiar não determina a possibilidade de criar filhos emocionalmente saudáveis. Contudo, as diferentes condições familiares influenciam o modo de exercer a paternidade.
IHU On-Line - Após o divórcio, como fica a relação entre pai e filhos? O pai divorciado ganha uma nova função na sociedade contemporânea?