A configuração histórica do terceiro setor no brasil e o serviço social
No Brasil, o espaço “Terceiro Setor” foi construído historicamente através da Igreja até o final do século XIX. Observa-se que até este período, quase tudo que havia se consubstanciado no Brasil em termos do que deveria ser garantido pelo o Estado como assistência social, saúde e educação, fora constituído através de organizações sem fins lucrativos, criadas pela Igreja Católica, mesmo que de modo precário, voltado para a caridade e para o controle da sociedade civil. Ou seja, o padrão nacional de gestão e política nesta época visava às questões estritamente econômicas, relegando ao segundo plano a gestão social.
A partir dos anos 30 do século XX, a intervenção econômica e social, a fim de promover o crescimento econômico implantou um projeto centralizado, passando por governos de cunho autoritário, paternalista, autoritário novamente e por fim desenvolvimentista que reservou um papel importante para que crescesse as numerosas entidades sem fins lucrativos, responsáveis pela prestação de serviços às amplas camadas da população, que ficavam à margem das políticas estatais. Desta forma as organizações sociais ligadas à Igreja Católica e posteriormente a outras religiões, viram-se fortalecidas neste processo. Segundo Landim (1998), a Igreja Católica foi a única instituição que atravessou os regimes ditatoriais no Brasil sem sofrer graves consequências, o que lhe possibilitou, assim, atender parte das necessidades sociais através de suas dioceses e pastorais.
Destarte, observa-se a expansão na prestação direta de serviços públicos em áreas como educação, saúde, previdência social e outros setores. Com o crescimento econômico, consequentemente o crescimento na taxa de emprego e a concentração populacional nas grandes áreas urbanas, as demandas sociais tenderam a crescer, provocando posteriormente uma certa incapacidade do Estado em atendê-las. Neste período o termo ONG já vinha sendo usado no Brasil para descrever um