O trabalho do assistente social nas organizações privadas não lucrativas
Mônica Maria Torres de Alencar
Professora Adjunta da Faculdade de Serviço Social/UERJ
O trabalho do assistente social nas organizações privadas não lucrativas
Introdução
Este texto pretende refletir acerca do trabalho do Assistente Social nas organizações privadas não lucrativas, enquanto um novo espaço sócio-ocupacional para a profissão. Adensado, sobretudo a partir da década de 1990 no marco da redefinição do papel do Estado no Brasil e suas relações com a sociedade, delineou novos contornos para o mercado de trabalho do Assistente Social, com novas atribuições, funções, bem como requisitos e habilidades, sob novas condições e relações de trabalho com incidências sobre a autonomia profissional.
A compreensão desta questão remete necessariamente à complexidade do contexto histórico recente, mais precisamente “às novas mediações históricas na gênese e expressões da questão social, assim como nas formas até então vigentes, de seu enfrentamento, seja por parte da sociedade civil organizada ou do Estado” (IAMAMOTO,
2003, p. 112). Tal processualidade implicou sensíveis alterações na divisão social e técnica do trabalho, atingindo, de forma particular, o Serviço Social mediante a constituição de novas requisições para o trabalho do assistente social.
1 O papel das organizações privadas não lucrativas no contexto da (contra) reforma do Estado no Brasil
Diante de seus limites históricos, visíveis no cenário de crise econômica, o capital articulou uma ampla reorganização aos níveis da esfera da produção e das relações sociais, que significou a re-estruturação da economia e da produção, bem como uma redefinição dos mecanismos sociopolíticos e institucionais necessários à manutenção da reprodução social (MOTA, 1995).
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As transformações sociais em curso no cenário mundial desde a década de 1970 não se restringem à dimensão produtiva e tecnológica, mas diz respeito