a ciências da pedagogia
O estudo da saúde bucal, historicamente, privilegiou alguns aspectos em relação à ocorrência de cáries. Entretanto, nas últimas décadas, pesquisas têm buscado relacionar os modos de vida de determinados grupos, envolvendo aspectos como o nível de renda, a escolaridade e os padrões de consumo com a situação de saúde bucal.
As doenças bucais atingem em alto grau os pré-escolares, isso pode estar associado a fatores como a faixa etária desse grupo, por essa ser a época do desmame, do estabelecimento de práticas de higiene bucal, da erupção dos primeiros dentes e da contaminação precoce com os microrganismos.
Na maioria das vezes, a mãe exerce o papel principal no controle dessas variáveis. O cenário do ambiente familiar propicia, de certa forma, condições favoráveis ou não para que haja bom desenvolvimento emocional, cognitivo e físico para a criança. A ocorrência de alcoolismo na família e/ou depressão materna, por exemplo, são fatores que podem comprometer significativamente a capacidade da mãe de prover cuidados à criança na idade pré-escolar.
Com isso o presente artigo publicado pela Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil buscou identificar a associação entre disfunção familiar, referida pela presença de alcoolismo na família e/ou presença de sintomas de depressão materna e a cárie dentária em crianças de dois e três anos de idade. A pesquisa contou com a participação de 74 famílias de Salvador, Bahia.
Os resultados mostram que das crianças atendidas, 20% estavam com cáries, sendo 1% de dois anos e 18% na idade de 3 anos. A maioria das mães mencionaram consumir mais de 6 kg de açúcar por mês, dispor de quatro ou mais escovas em média por domicílio e escovar os dentes das crianças em idade pré-escolar menos de três vezes ao dia.
Os resultados encontrados sugerem que existe, na população estudada, associação entre disfunção familiar, resultante da presença de sintomas de depressão