a casa
Mundo
William Hope Hodgson
Tradução de José Geraldo Gouvêa
A partir do Manuscrito descoberto em 1877 pelos Srs. Tonnison e
Berreggnog nas Ruínas ao Sul do Povoado de Kraighten, no Oeste da Irlanda. Aqui transcrito, com Notas.
Ao meu pai
(Cujos pés pisam as eras perdidas)
Abra a porta,
E ouça!
Apenas o rugido do abafado do vento,
E o brilho das lágrimas ao redor da lua.
E, em imaginação, os passos
Dos pés evanescentes
Lá, na noite dos mortos.
"Silêncio! E escuta
O grito triste do vento na escuridão.
Do vento no escuro.
Silêncio e ouça, sem sopro ou suspiro,
Os pés pisam as eras perdidas: Ruído que traz a sua morte.
Silêncio e ouça! Silêncio e ouça! "
Os pés dos mortos
Prefácio
Muitas são as horas em que eu tenho estado refletindo sobre o relato que está transcrito nas páginas seguintes. Eu acredito que os meus instintos não estão distorcidos quando me aconselham a deixar o texto em sua simplicidade, tal como me foi transmitido.
E o próprio manuscrito, você precisava me ter visto quando ele foi inicialmente colocado sob meus cuidados, virando suas páginas curiosamente e examinando-o rápida e desajeitadamente. Trata-se de um livro pequeno, mas grosso, e suas páginas estavam todas, exceto algumas das últimas, preenchidas com uma caligrafia estranha, mas legível, de forma muito apertada. Agora enquanto escrevo, ainda guardo em minhas narinas o cheiro incomum e distante de água de poço que ele desprendia, e os meus dedos têm a lembrança subconsciente da textura macia e úmida de suas páginas há muito fechadas.
Eu o li, e ao ler ergui as Cortinas do Impossível que obscurecem a mente, e vi dentro do desconhecido. Em meio a frases rígidas e abruptas eu me perdi e mesmo assim não tinha nenhum erro de que acusar o relato tão rude porque, melhor do que minha própria prosa ambiciosa, tal história mutilada é capaz de evocar tudo o que o Solitário que vivia naquela casa desaparecida, tentou dizer.
Sobre o relato