A casa de inverno
Campanha emergencial realizada pela prefeitura de Santos no inverno de 1993 para acolher a população de rua da cidade.
Composta por uma equipe de trabalhadores da área social da prefeitura: Saúde, abastecimento, ação comunitária, saúde mental, guardas municipais, voluntários e estagiários.
Tinham como objetivo e missão não transformar a casa em uma instituição asilar e não transformar seus usuários em assistidos, e uma proposta de apenas dois meses de duração.
Destacava-se por tornar opcional algumas atividades comumente obrigatórias em outros abrigos convencionais.
Sofreram vários conflitos e turbulências no inicio do processo, como rebeliões, casos de violência e quebra de regras (como uso de drogas e bebidas alcoólicas), tornando-se necessária a expulsão dos não cumpridores das leis estabelecidas pela casa. Até que a adaptação e instalação de um clima de solidariedade e paz entre moradores e funcionários se tornaram possível.
A casa fazia reuniões constantes, e procuravam lembrar aos integrantes o encerramento suas atividades, marcando a finitude da experiência e enfatizando a necessidade de uma tomada de consciência e não abandono e não dependência dos organismos assistênciais. Isto impulsionou o coletivo e muitos moradores conseguiram emprego, moradia, e crianças retornaram as suas famílias.
Criou-se assim uma credibilidade em relação à casa, possibilitando novas oportunidades de emprego, vagas em escolas para crianças e adolescentes, possíveis encaminhamentos a policlínicas entre outros serviços municipais de saúde.
O tecido microssocial foi se fortalecendo. Assim como os vínculos entre os próprios moradores, funcionários e organizadores.
Decidido o encerramento das atividades da casa, uma forte pressão fora sofrida para que permanecesse aberta, pelos próprios moradores, pela própria imprensa, entre outros. Porém a casa já apresentava sinais de desagregação, prédio sinais de decomposição, e a funcionalidade encontrava-se