Reflexão a cerca do texto “A casa de inverno”
Ao deixar as pessoas livres e não impor determinadas regras aos moradores, a Casa atraiu um público bem maior do que teria atraído caso houvesse certas imposições. A subjetividade dos moradores de rua foi preservada, eles foram acolhidos com todo o seu “pacote”. Eles tinham autonomia para decidir aquilo que consideravam mais adequado, com a questão do banho por exemplo. A Casa possuía chuveiros de água quente instalados, mas a decisão de se banhar ou não partia única e exclusivamente dos moradores.
O uso do diálogo para estabelecer alguns preceitos, fez com que os moradores sentissem que sua opinião era de todo válida e ouvida, os fez sentir como sujeitos de importância, o que na rua não acontecia. Na rua, esse tipo de pessoa geralmente é tratada como animal, como alguém sem valor, alguém preguiçoso que prefere ser pedinte a ir procurar um serviço. O julgamento é uma coisa comum ao ser humano, julgamos sem saber o contexto e a história que o outro está vivenciando.
A rebelião causada pelos adolescentes pôs em risco todo o trabalho feito, afinal eles estavam causando conflitos e não cumprindo as normas que foram conversadas e decididas em conjunto. Os moradores iniciais da Casa se mostraram insatisfeitos, o que gerou um conflito ainda maior. Creio que toda essa revolta e comportamento agressivo desses jovens, se deve a crescerem a mercê da marginalidade, sem uma figura de autoridade que possa lhes ensinar aquilo que pais ensinam aos filhos, os chamados limites. Crescem sem a oportunidade de freqüentar uma escola,