A Cartografia no Brasil
A cartografia brasileira originou-se a partir da cartografia portuguesa desenvolvida no século XVI, no período das Grandes Navegações. Devido à necessidade de elaboração de mapas das rotas de navegação, de cuja precisão dependia o sucesso das expedições, houve uma intensa produção de mapas. Era fundamental para a navegação nesta época, poder calcular suas rotas e dominar a orientação das correntes e ventos predominantes, como também possuir as informações sobre as terras recém descobertas. Esse domínio foi muito relevante para os vários Tratados firmados entre Portugal e Espanha.
A primeira representação cartográfica do território brasileiro de forma integrada foi feita em Terra Brasilis, atribuída aos cartógrafos Lopo Homem, Pedro e Jorge Reinel. Esse mapa faz parte do Atlas Miller, de 1519, pertencente à Biblioteca Nacional da França. O mapa representa o escambo do pau-brasil no século XVI, sendo considerado o primeiro mapa econômico do Brasil e a primeira imagem do desmatamento no país. Alguns estudiosos da cartografia como Taunnay, A. , estabeleceram uma periodização para facilitar uma análise mais profunda. Ele apresentou uma classificação para a cartografia produzida até o início do século XX em quatro fases. A primeira foi caracterizada por mapas elaborados com informações de mareantes e pioneiros; a segunda fase foi resultante das comissões de limites, que mapearam grande parte da costa brasileira; a terceira fase foi a da cartografia documentária, com mapas em escalas pequenas. Incluem-se nesta fase, os mapas do nordeste brasileiro, organizados pela Inspetoria de Obras contra as Secas; e a quarta fase, a da elaboração de cartas em escalas grandes, 1:100.000.
No início do século XVII, grande parte da Amazônia foi mapeada pelos portugueses, devido à necessidade de ocupação e fixação ao longo da costa leste-oeste do Brasil. Para expulsar os concorrentes franceses que insistiam em ocupar estes espaços, foram