A CARTA
No dia 22 de abril avistaram um monte alto e redondo, de terra chã, o qual foi chamado pelo capitão de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz. O contato inicial com os habitantes daquela terra foi feito logo na chegada, eram cerca de 18 nativos, que se encontravam completamente nus, e traziam consigo arcos e flexas. Nicolau Coelho fez gestos pedindo que repousassem seus arcos, e assim fizeram. Não houve nenhum entendimento da lingua que falavam. O capitão deu-lhes um barrete vermelho, uma carapuça de linho e um sombreiro preto e os mesmo retribuiram com alguns presentes.
No dia seguinte, se estabeleceram em um recife com um porto dentro. Afonso Lopez, o piloto, levou o navio para o recife, e ao sondar a terra, encontrou 2 nativos, que foram levados à capitania, e foram recebidos com muito prazer e festa. (Ele segue redigindo a carta informando os detalhes físicos dos dois nativos e como se comportavam).
Ao encontrar o capitão, que trazia um grade colar de ouro no pescoço, um dos nativos apontou para o objeto, e em seguida para a terra, como se quisesse dizer que havia ouro presente na terra. E imediatamente fez o mesmo com o castiçal de prata, informando que esse material também podia ser encontrado ali. E o mesmo gesto foi repetido ao ver o papagaio. Os portugueses deram a eles o que comer, mas nada os agradou. Um deles se encantou pelas contas do rosário, e fez gestos a fim de mostrar que daria ouro em troca dele.
Sábado de manhã, foi ordenado que levassem os nativos de volta a terra, mas antes lhes deram alguns objetos para levar. Chegando