a carta
Ao sinal de partida, apenas um ficou, mais precisamente o navio de Gaspar de Lemos, cujo destino, enviado pelo próprio Cabral, foi Lisboa – fato que fez com que esse documento chegasse às mãos da verdadeira pessoa a quem era destinado (D. Manoel). Vencida essa “guarda”, passou ao poderio da secretaria de Estado, mantendo-se sob a mesma proteção de antes, visto que a notícia do descobrimento não poderia chegar de forma alguma ao conhecimento dos espanhóis.
Passado alguns anos, o documento foi enviado para o arquivo nacional, localizado na Torre do Tombo do castelo de Lisboa. Entretanto, com a vinda da família Real ao Brasil, o diretor do arquivo, José Seabra da Silva, mandou fazer uma cópia, trazendo-a consigo. Tal cópia foi encontrada no Arquivo da Marinha Real do Rio de Janeiro por intermédio do padre Manuel Aires do Casal, cuja intenção foi imprimi-la e torná-la pública, em 1817.
Dessa forma, como a Independência ocorreu em 1822, não era de se surpreender que o documento ganhasse ainda mais notoriedade, tornando-se fonte inesgotável de estudos feitos posteriormente. No que diz respeito aos aspectos estruturais, pode-se dizer que atestamos uma nítida disparidade entre o português falado no início do século XVI e o que hoje permeia as nossas relações cotidianas, visto que