A Caravana De Pedro Alvares Cabral
1500 - Expedições de Cabral e a chegada ao Brasil.
A caravela foi o trunfo que fez de Portugal uma potência marítima até o século 18. Ela era leve, mudava de direção com agilidade, navegava rápido contra o vento e chegava mais perto da costa do que navios maiores. Outro fator importante para o domínio naval português foi a utilização de caravelas armadas com canhões.
Havia muita expectativa em Lisboa, o Porto de Rastelo, encontrava-se totalmente tomado por familiares, pela nobreza, por escravos, pelo povo... , admirando o "desfile" das embarcações.
Os marinheiros sabiam do grande perigo que era tal expedição, e a grande maioria não tinha esperança de um dia poder voltar.
Dois a cada três jamais voltaram, segundo comparação feita pelo historiador Paulo Miceli, muitos, antes de embarcar, deixaram testamentos prontos.
Os marinheiros comprovaram que os temidos monstros do Atlântico não existiam. Mas verificaram a presença de ameaças reais e ainda mais temíveis, a começar pelas condições a bordo de uma caravela ou nau portuguesa numa longa expedição. Apenas os mais graduados tinham o luxo de um quarto e uma cama. Os marinheiros dormiam sob o castelo da popa, a estrutura mais alta do navio. Como não cabia muita gente ali, o jeito era dormir no convés, ao relento, em frágeis colchões de palha. Os porões eram reservados para guardar água, mantimentos e munição. O cardápio: O principal item era biscoito água e sal duro e salgado, às vezes atingido pelo bolor, que os marinheiros tinham de repartir com as baratas (600 g diários). A ração ainda incluía 1,5 litro de água e 1,5 litro de vinho por dia e 15 kg de carne por mês. Calcula-se que seriam necessárias 5 mil calorias por dia nessas condições, mas a alimentação nos navios só fornecia 3,5 mil.
A água, guardada em tonéis, era racionada desde o início da viagem. Com o tempo, ficava malcheirosa e repleta de bichos. A urina dos ratos se infiltrava pelos sacos de farinha e outros mantimentos; a tripulação