A burocracia na era dos serviços
Aqui a autora diferencia “Serviço” de prestação de serviço, que não devem ser confundidos. Ela afirma que o serviço prestado pelo Estado tem papel que não pode ser desvinculado das relações de produção, descaracterizando o critério de trabalho produtivo e improdutivo, de Marx. Nas organizações, serviços se comportam de modo peculiar que configura uma especificidade administrativa, que é como um tipo de “cultura administrativa”, também chamada modo de vida, onde os serviços têm função social de controle de diretrizes do capital e do Estado. Eles surgem, desaparecem, modificam-se ou ampliam-se devido fatores tecnológicos ou ideológicos, “burocratizando-se” continuamente.
A autora apresenta 3 Hipóteses para orientar os fundamentos teóricos da análise dos serviços: a) Serviços não é um setor específico na divisão social do trabalho; b) São administrados desafiando os pressupostos racionais da eficácia e eficiência, respondendo mais a objetivos das instituições sociais; c) Desenvolvem cultura própria expressa pela aceitação dos valores que a sociedade legitima.
Para Baran & Sweezy, numa grande empresa, nem sempre é bom investir em novas máquinas para substituir as antigas. Ás vezes é preferível modificar o ritmo do trabalho coletivo, introduzindo serviços de estimulo aos recursos humanos que, devido à sua não essencialidade, podem ser retirados do organograma conforme a necessidade da empresa.
O que se verifica é que os serviços nas empresas tornam-se socialmente necessários. O grau de concentração dos serviços de controle, no interior de uma empresa, depende da política de investimento do excedente. Enquanto se entender que sua produção maximiza os lucros, esses serviços serão mantidos. Em contrapartida, se não se tem claro o que os serviços significam como investimento, a tendência é subtraí-los do processo produtivo.
É de se esperar que os serviços atuem com presteza e eficiência. Se resultados esperados