Resenha

Administração n.º 90, vol. XXIII, 2010-4.º, 1115-1127

Burocratização, desburocratização e equilíbrio entre elas: uma interpretação sobre as reformas da administração pública no Ocidente*
Zhu Qianwei**

I
A burocracia é um tema da gestão pública que não deve deixar de se abordar. Com a entrada na época industrial, em virtude das vantagens reveladas por Max Webber, tais como, a divisão do trabalho, a precisão, a eficiência e a gestão vertical, ela passou a ser a melhor modalidade organizativa para alcançar os alvos sócio-económicos e a ser predominante, em face das outras modalidades organizativas. A burocracia constituiu, durante muito tempo, a base da organização da administração pública tradicional, geralmente conhecida.
No entanto, quando o Ocidente entrou na época pós-industrial, as críticas contra a burocracia, encontravam-se intensificadas, pelo que, a sua superioridade começou a sofrer desafios. A Nova Gestão Pública defende a implantação de uma nova modalidade de gestão, diferente da
Administração Pública Tradicional (sendo a burocracia e a separação entre o sistema político e a administração, geralmente reconhecidos, como dois pilares desta última). E o Novo Serviço Público, que critica a Nova
Gestão Pública, desmente a modalidade da Administração Pública Tradicional. Em síntese, relativamente à questão da burocracia, existem três posições típicas: a primeira traduz-se no afastamento total da burocracia, que é o ponto de vista de David Osborne, na sua obra intitulada “Banishing
Bureaucracy” e de Robert B. Denhardt, na sua obra intitulada “The New
Public Service: Serving, not Steering”. A segunda consiste na sua revisão e reformulação do mesmo ponto de vista, apresentado por Michael Barzelay, na sua obra intitulada “Breaking Through Bureaucracy”e a terceira, é

* Este artigo foi lido na 4.ª Conferência Internacional sobre a Administração Pública no

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