A burguesia nos dias de Hoje
Os profissionais liberais, pequenos empresários, professores universitários, funcionários públicos de médio escalão para cima, gerentes, supervisores, pequenos investidores ou proprietários. Eu diria que o grupo cuja renda familiar mensal bruta se situe na casa de poucas dezenas de milhares de reais (de cinco a cinquenta mil reais). Isto também depende da história familiar. Quem provém de uma família tradicionalmente burguesa, mesmo que tenha se empobrecido, socialmente ainda conserva seu "status". Por outro lado, quem se enriqueceu recentemente, em geral, não será aceito no meio social burguês, mesmo sendo até mais rico. Isto é uma questão mais social do que econômica. Tem a ver com o nível de educação. Não estou dizendo de escolaridade, mas de cultura mesmo. Do tipo de roupa que veste, do tipo de mobília que tem em casa, do tipo de comida que come, do modo de falar e de se portar. Da "finesse", eu diria. Ricos, realmente, já têm um padrão de hábitos de consumo muito mais dispendiosos, casas suntuosas, hábitos perdulários, gastos exorbitantes. Há que se distinguir, contudo, riqueza de aristocracia, que também tem origem econômica, mas hoje é mais cultural. Um aristocrata já é uma pessoa que pode não ser mais tão rica, mas herdou propriedades de grande valor, não só monetário, mas, principalmente, até mesmo, histórico. É alguém que tem uma árvore genealógica com ancestrais pertencentes à nobreza de algum país ou a famílias tradicionalmente ricas, senhores de terras, industriais ou políticos influentes há muitas gerações. Possuem, em geral, uma cultura e uma erudição superiores, um modo de ser e viver refinados. São, inclusive, avessos ao convívio com os "nouveau-riches", como certos artistas de cinema, estrelas da música popular ou desportistas famosos. Estes, por sua vez, adoram a companhia de aristocratas autênticos, o que parece validar seu "status" social. No meu entendimento, tudo isso não passa de vaidade e vaidade é uma coisa