A BESTA ESTÁ PRENHA?
Nos céus da nossa querida pátria amada, vislumbra-se há algum tempo relâmpagos e raios, permeando nuvens carregadas, anunciando possíveis desdobramentos de movimentos sociais de naturezas imprevisíveis. As manifestações populares, fomentadas nas redes sociais continuam mostrando que a sociedade brasileira está imantada em clima de tensão e incertezas. Percebe-se no ar uma expectativa crescente, como se algo iminente e imprevisível esteja para acontecer, algo de grandes proporções prestes a eclodir, tal qual a metáfora de uma adiantada gestação, algo como uma “besta” apocalíptica prenha, agasalhando no ventre algo disforme, exalando sombras. Se bem auscultada, a pança dessa “besta” dá sinais sintomáticos de possíveis e novas e graves manifestações sociais, mais contundentes das já ocorrentes, e seus sinais vitais apontam para proporções e desdobramentos imprevisíveis. Então, de onde vem a energia que alimenta essa gestação trevosa e amorfa, produzindo cada vez mais insatisfação nas pessoas e instituições serias desse nosso Brasil? Que cara teria esse “embrião”, que gradativamente vem galgando espaços, como uma ameba que suga os “nutrientes sociais” do nosso povo, tão sofrido e tão desejoso de mudanças? A cara do pai, diriam alguns. Então quem seriam os pais dessa coisa? Poderia ser eu, você, seu vizinho, ou o qualquer um que faça vista grossa para situações onde clama o dever de agir e se posicionar com firmeza e integridade. Violência e indiferença são o energético preferido da dieta dessa gestação, e para isso tem sido sutilmente promovida em todos os seguimentos da sociedade organizada, invadindo o seio das famílias, como uma forma premeditada de amedrontar a sociedade, que vive de certa forma enclausurada, com medo e angustia crescentes. O medo inibe e aprisiona o indivíduo quando é destilado de forma sistemática e impune, favorecendo o surgimento da “síndrome de Estocolmo”, onde a vitima acaba se tornando submissa ao algoz.