a balança comercial
Ouvi-a gritar e isso realmente chamou-me à atenção, estávamos no meio do oceano, montes de pessoas afogavam-me, crianças e pais separavam-se mas ela gritava e eu nadei e nadei rapidamente como atleta de alta competição que eu era e segurei-a no momento em que o seu corpo cansado de tanto debater-se com o mar, desistia lentamente de lutar.
- Não me largue por favor, eu não sei nadar! – ela suplicava e eu não conseguia perceber se ela chorava devido às gotas do mar que se alojavam em todo o lado, mas eu suponha que sim.
- Não te preocupes, eu vou salvar-nos aos dois. – olhei-a – Eu não te conheço, mas sinto que vou e por isso prometo-te.
Ela assentiu com a cabeça e agarrou-se mais a mim e eu procurava algo que pudesse ajudar-me a empurrar-nos até uma ilha que não ficava muito longe e foi isso que eu fiz, agarrei em alguns mantimentos que encontrava no meio daquela confusão e com ela fui arrastando-nos até terra, éramos os únicos sobreviventes daquele voo, o voo de Seattle para Londres.
Estávamos em terra finalmente, ela não tinha aguentado a pressão e encontrava-se inconsciente nos meus braços, tinha um rosto tão angelical e isso acalmava-me no meio daquela aflição toda. Procurei por entre as malas com mantimentos por um telefone, mas não havia sinal de nenhum e se ficássemos aqui sozinhos para todo o sempre? Deixei-me cair no chão de joelhos e chorava fortemente, estávamos perdidos e eu só queria salvar-me, mas também tinha prometido salvá-la.
- Magoaste-te? – de repente ouvi a sua voz feminina e senti o seu toque no meu braço.
- Estamos perdidos, ninguém nos vem buscar. Prometi que nos salvava. – levantei o meu rosto e encarei-a com os meus olhos verdes. – Estamos perdidos.
- Não… Não pode ser! – ela levantou-se rapidamente e ouvi-a gritar e chorar de desespero. – ALGUÉM!
- Ninguém te vai ouvir. – permaneci de joelhos e ela rebelou-se contra mim.
- COMO É QUE SABES? – gritou-me e eu estremeci, não a conhecia mas