A ação de seguidores neonazistas
Quem são e como agem os skinheads. Impunidade favorece a ação de grupos de intolerância, dizem ativistas negros.
Coturnos com biqueiras ou tênis de cano alto, jeans e camiseta. Movidos pelo gosto de bater e brigar, os skinheads são conhecidos pela violência e pelo ódio racial. Os grupos que agem atualmente em São Paulo fazem parte de um movimento que começou na Europa, nos anos 60, e se espalhou por diversos países. Nesta Reportagem, veja quem são, o que há por trás desses grupos, como agem e quem está na mira dos skinheads.
A violência empregada por grupos neonazistas, que pregam o extermínio de minorias como judeus, negros, gays e nordestinos, é idêntica a de grupos de extermínio policial em periferias de grandes centros urbanos. Para o psicanalista Jorge Broider, esses atos servem de porta-voz do que há de mais intolerante na sociedade.
- A ação desses grupos não difere da de grupos de extermínio policiais. Essas maneiras de eliminar o que incomoda aparecem de formas muito diferentes na sociedade. Numa situação limite, podem levar a diversos tipos de crime.
O último ataque promovido na semana passada por neonazistas na zona sul de São Paulo, em que um grupo de jovens negros foi agredido, suscitou, mais uma vez, o debate sobre a ação das gangues que pregam a pureza racial no país.
Coordenador nacional do MNU (Movimento Nego Unificado), Reginaldo Bispo afirma que a própria violência policial contra jovens negros colabora para dar a sensação de liberdade para quem pratica crimes ideológicos, como os neonazistas.
- Eles [neonazistas] agem com a certeza de que não vão ser importunados, ainda mais porque a própria polícia faz isso o tempo todo. É só relembrar o caso do estudante de história no Rio Grande do Sul e dos motoboys em São Paulo. Não é novidade, então, que eles tirem as manguinhas de fora.
Reflexo do cotidiano
De acordo com o coordenador do curso de pós-graduação em Psicossociologia da Juventude e Políticas