a avaliação
A AVALIAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES
NO FRACASSO /SUCESSO
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Regina Leite Garcia
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A avaliação sempre foi uma atividade de controle que visava selecionar e, portanto, incluir alguns e excluir outros. Aliás, vamos descobrir em Barriga que é recente a denominação "avaliação" a uma pratica por muito tempo chamada "exame". Muitos foram os críticos do exame , embora em nosso século tenha sido crescente o seu uso e abuso. Para Marx, "o exame não é outra coisa senão o batismo burocrático do conhecimento, o reconhecimento oficial da transubstanciação do conhecimento profano em conhecimento sagrado", como o que Bourdieu concorda, tanto que o cita no capítulo 3 de A Reprodução
, bíblia dos educadores críticos brasileiros, mais tarde criticados por demasiadamente reprodutivistas, nos idos dos anos [ fim da pág. 29
] 1970, princípio de 1980. No referido livro, Bourdieu e Passeron estudam as características e funções internas do exame no sistema francês de ensino deixando claro que é somente com a condição de apartar-se, numa segunda ruptura, da ilusão da neutralidade e independência do sistema esfolar em relação à estrutura das relações de classe que se pode chegar a interrogar a interrogação sobre o exame para descobrir o que o exame oculta e o que a interrogação sobre o exame contribui ainda para oculta ao desviar-se da interrogação sobre a eliminação sem exame.
E Foucault nos mostra como o exame é um espaço que inverte as relações de saber em relações de poder. Em seus estudos de uma microfísica do poder, revela como se deu o uso da normalização nos séculos XVII e XVIII, estruturando relações de submissão, de objetivação e de normalização a partir da escola. "O exame combina as técnicas da hierarquia que vigia e as da sanção que normaliza". A primeira