A Aura
Walter Benjamin ao analisar a história da fotografia se questiona sobe a aura.
A aparição de algo misterioso nas primeiras fotografias é que desencadeia todo um processo nesse encontro do homem com a técnica.
Mas esse encontro evolui para um aperfeiçoamento das técnicas de reprodução e sua aplicação nas artes, mudanças trazidas pela fotografia e depois pelo cinema, provocando uma transformação no que se refere à arte, que até então era estática, provocando o declínio da aura. E em consequência, pela massificação, chega-se à sua destruição, cujo responsável é Atget.
Mas há um potencial político que se funde nessa construção e que talvez possibilite que essa técnica viabilize caminhos mais prósperos para a humanidade.
1. CONCEITO DE AURA E SEU APOGEU - FASE AURÁTICA
Nas primeiras fotografias surge algo de enigmático contornando os rostos fotografados. O registro do espírito, algo que transcende as próprias fisionomias, uma espécie de brilho misterioso que aparece através da junção de procedimentos técnicos com o manual. É o surgimento da aura.
Benjamin descreve: “é uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais próxima que ela esteja” (cf. Benjamin, p. 101). Exige-se certo distanciamento para a contemplação da obra de arte que, sem cuidados, compromete o seu conteúdo aurático. O encanto exercido se dá pela distância necessária entre os olhos que observam e a obra de arte, nem muito longe, nem muito perto. É algo que tem seu brilho próprio, exige um estado de passividade e se deixa seduzir lentamente. Tem uma bela aparência. A aura é imitação do belo enquanto aparência.
Nessa fase aurática, Benjamin fala da contemplação em repouso, de um horizonte numa tarde de verão ou de um galho que projeta sua sombra, como se pudesse respirar a aura nesses momentos.
A aura tem uma ligação com o fator religioso onde por muito tempo a obra de arte serviu