A atuação dos psicólogos no sistema penal
O texto “A atuação dos psicólogos no sistema penal”, de Tania Kolker, traz o histórico da criminalidade e das construções acerca da criminalização da pobreza e do fracasso das instituições prisionais. Especialmente, é necessário compreender o processo pelo qual se constituiu o objeto tido como causa dos crimes; o criminoso. A autora coloca que a prisão nasce com a sociedade capitalista a fim de neutralizar as classes tidas como “perigosas”. Ao longo do tempo, essa instituição serviu a diferentes interesses e finalidades, com relação aos criminosos e a outras tantas parcelas da população, como doentes, deficientes, pobres e desempregados. A partir da dissolução da ordem feudal, com o aumento da migração para aglomerados urbanos, o contigente populacional aumenta e consequentemente os indivíduos em situação de mendicância e miséria. Estes dispõe de dois modos de tratamento; a assistência, destinada àqueles em condições de trabalhar, e a internação/reclusão, instituições que faziam uso de trabalho forçado, orações e disciplina a fim de “corrigi-los”.
Na sociedade mercantilista que se instala, duas figuras distinguem-se. Enquanto o mendigo é tido como um risco à ordem, pois não conhece a lei – no sentido de tomá-la pra si, e lhe é indicada a internação nas quais deverá desenvolver seu potencial para o trabalho, o vagabundo disntigue-se pela ausência de pertencimento comunitário, é tido como ocioso e preguiçoso, e a este cabem punições mais severas de acordo com a sociedade da época. A autora nos traz Castel a fim de justificar tal tratamento, que coloca que “os vagabundos, separados de tudo e vinculados a nada, representam um perigo real ou fantasmático de desestabilização social”. Com a chegada do século XVIII, acontecem as especializações das intituições destinadas à correção da população marginalizada e o nascimento do que viria a ser a polícia. Com o aumento da riqueza e propriedades, crimes