A ascensão da mulher negra na sociedade
A situação da mulher negra no Brasil de hoje manifesta um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças, pois ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do país. Inúmeras pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento menor, e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente têm menos possibilidade de encontrar companheiros no mercado matrimonial.
Por outro lado, direta ou indiretamente as mulheres foram protagonistas de grandes transformações sociais e políticas ao longo da história. Participaram de movimentos sociais, abolicionistas, lutaram por uma educação institucionalizada, reivindicando uma formação para além das “prendas domésticas”. Estiveram presentes em inúmeras revoltas populares, assim como a manifestação de atitudes que representavam a manifestação de uma sociedade em transformação e indivíduos ocupando novos papéis.
Na Bahia, podemos destacar algumas figuras importantes no que diz respeito a ascensão da mulher negra na conquista de territorios. Na mídia, temos Cleidiana Ramos e Vanda Chase que apesar da hegemonia masculina e branca, fazem um contraponto na Bahia com sua potencialidade na construção de saberes e quebra de paradigmas frente ao patriarcalismo do jornalismo baiano.
Nas artes, Chica Xavier e Virginia Rodrigues mulheres negras, de famílias humildes, que tiveram na arte da interpretação teatral, televisiva e musical, uma forma de demonstrar a força da mulher negra na contribuição a cultura, mulheres reconhecidas internacionalmente pelo seu valor e brilhantismo.
Na reafirmação da identidade e beleza negra temos a feirense, Negra Jhô, que começou fazendo trançados afros na sua casa e depois nas ruas do Pelourinho e hoje tem seu