A arte de lhe dar com a morte
Para entender a existência é preciso entender a morte.
Recolocando a questão da morte, poderia se pensar a vida e seu termino como a plena realização, como um fruto que cresce até chegar ao seu ponto mais elevado de maturação.
A existência humana é “ser com as pessoas e com as coisas” é também ser para a morte.
“A angústia revela o ser para o poder ser mais próprio, ou seja, o ser livre para a liberdade de assumir e escolher a si mesmo”. Angústia não é somente um fenômeno psicológico, isto é, que se refere somente a um ser, mas sim à sua dimensão de totalidade da existência como ser-no-mundo.
A temporalidade é revelada na mortalidade inevitável, uma condição existencial impossível de evitar. Haverá um momento em que cada um de nós chegará ao fim de sua jornada existencial, quer isto nos agrade ou não, “com a morte, a presença completou o seu curso”.
Sempre se é muito jovem ou muito cedo para morrer. Sugere-se que a maneira do nosso existir entender a significação da totalidade de sua existência é este não considerar a morte como algo distante, bem definida, mas sim como uma certeza indefinida, que é possível a cada instante.
Diante da certeza da morte, o homem tem a oportunidade de escolher entre encará-la, aceitando tudo o que engloba esta condição, ou ainda, por ser essencialmente livre, se fazer indiferente na presença do inevitável, isto é, da possibilidade de existir, fim definitivo.
O medo que tem que temos de pensar a inexistência, de experienciar a angústia nos conduz a um envolvimento com os objetos, com os instrumentos corriqueiros que nos ‘engole’, não permitindo um confronto consciente com nosso destino mais próprio: a morte.
Temos medo do desconhecido. Além de seres racionais, somos também empíricos e desejamos continuamente habitar o reino do cognoscível, onde a segurança nos ancora e somos tomados por ela.
A morte dos outros:
“Ser-com o morto não faz a experiência do ter-chegado-ao-fim do