A arte de construir uma sociedade saudável - inspirado em Rousseau
De acordo com Rousseau o homem no seu estado natural, jamais investiria contra outro homem nem contra um animal a não ser que a sua conservação estivesse em jogo, sendo assim obviamente obrigado a dar preferência a si mesmo. O "homem natural" que seria a base para o "homem livre", seria imaginado por simples observação do reino animal. Assim no seu estado natural o homem que detém total liberdade, é dono de si e do seu destino, a sua única preocupação é a sua conservação de modo que as suas atitudes se concentram em torno desta. Os sentimentos que portanto existem neste estado são o amor por si mesmo (pois é essencial a busca pela conservação da vida) e a piedade natural que é igualmente um sentimento partilhado pelos animais e que faz com que estes não sejam cruéis e que ao mesmo tempo funciona como um moderador do "amor por si" na busca da conservação. Segundo Rousseau a civilização (instituições, leis, governos etc) provocou profundas mudanças na relação essencial homem\ natureza. Pela razão e pelo "agir bem" as relações entre homens foram corrompidas em decorrência da arte de agradar. Seria esta nova concepção de vida expressa pela escravidão que retirara o homem da sua própria essência, esvaziando-o inevitavelmente e o tornando incapaz de agir com comiseração. Os sentimentos naturais esvaem-se juntamente com o estado de natureza, pois as falhas, carências e sofrimentos são encobertos pela arrogância e orgulho. O agir por bondade seria assim o objectivo de Rousseau mas sem as duas prerrogativas de Igualdade e Liberdade a bondade desvanece e sucumbe. A desigualdade, como consequência rompe com o dispositivo de bondade, pois aliena a liberdade por suprimir a vontade e a autonomia. Por isso, segundo Rousseau para um melhoramento civilizacional, não basta aludir à ciência e ao progresso. È preciso reaver a condição do homem enquanto ser e indivíduo em condições de igualdade e liberdade e isso seria