A arte como forma de protagonismo
Para conseguir a atenção dos alunos e maior participação de todos nas aulas de Educação Física, os professores tem buscado cada vez mais promover atividades alternativas, a fim de garantir uma maior inclusão, e não foi diferente com Angela. Durante uma experiência feita em uma de suas aulas na Escola Estadual de Ensino Fundamental Humberto de Campos, percebeu a estreita ligação de seus alunos, em sua maioria de classes populares, com a cultura Hip Hop. Esse foi o fato que a motivou a realizar a investigação na qual o texto é embasado.
Escrito por Angelita Alice Jaeger, doutora em Ciências do Movimento Humano pela UFRGS, e por Angela Lena, especialista em Ensino e Pesquisa do Movimento Humano, o artigo “A dança de rua e o rap no cotidiano de adolescentes privados de liberdade” (Educação. Revista do Centro de Educação, vol. 30, núm. 1, 2005, pp. 119-127, Universidade Federal de Santa Maria), foi publicado na Revista Educação em 2005, trazendo uma análise da representação social do hip hop para menores infratores vindos da periferia. Visando garantir a clareza do desenvolvimento textual, o artigo é divido em cinco partes: caminhos iniciais, metodológicos, teóricos, elucidados, e finais.
Em relação aos métodos de pesquisa utilizados, foram de caráter qualitativo e etnográfico, aplicados em forma de entrevistas semi-estruturadas durante conversas informais, de onde foram retiradas descrições detalhadas. Essa minucia nas informações garantiu o enriquecimento da investigação, uma vez que esse tipo de pesquisa abrange aspectos subjetivos, como percepções. Devido a isso, é muito utilizada quando o intuito é a compreensão de fenômenos, como é o caso do objetivo desse artigo, que é conhecer e analisar as representações sociais da dança de rua e das letras de rap para os jovens internos. A pesquisa foi realizada com 16 adolescentes do sexo masculino, na faixa etária entre 16 e 19 anos, internos no Centro de Atendimento Socioeducativo