a arte clássica e a arte romântica
Observamos que Hegel lembra que a arte serve para exprimir o absoluto. Mas o conhecimento que nos dá está bem inferior ao da religião e da filosofia. Quando atinge seu grau supremo de espiritualização e de subjetivação - na arte romântica especialmente - desaparece enquanto arte, criador de obras, para ceder lugar à filosofia. Esta filosofia tem por tarefa refletir sobre o papel que a arte representa, em nossa vida cotidiana e na sociedade. Hegel não diz que a arte está morta, nem que os artistas desapareceram, mas que ela deixou de representar o que significava para as civilizações anteriores.
O objeto da estética, segundo Hegel, é o belo artístico, criado pelo homem. A raiz da arte está na necessidade que tem o homem de objetivar seu espírito, transformando o mundo e se transformando. Não se trata de imitar a natureza, mas de transformá-la, a fim de que, pela arte, possa o homem exprimir a consciência que tem de si mesmo. O valor ou o significado da arte é proporcional ao grau de adequação entre a idéia e a forma, proporção que permite a divisão e classificação das artes. Sua evolução consiste na sucessão das formas nas quais o homem exprime suas idéias a respeito de Deus, do mundo e de si próprio. No livro podemos identificar o que a arte clássica representa, também conhecida como arte grega. É nela, diz Hegel, que é preciso "procurar a realização histórica do ideal clássico". Os artistas não cansam de querer figurar de modo simbólico, às vezes enigmático, as aspirações mais ou menos confusas ao divino. Basta-lhes extrair livremente o conteúdo de suas obras nas crendices populares já estabelecidas ou na mitologia. Por exemplo, o escultor Fídias (490-431) emprestou seu Zeus de Homéro". Enquanto que a arte simbólica "balança entre mil formas" a arte grega "determina livremente sua forma" em função da ideia, do conceito, das intenções que animam o artista. A técnica