A apologia de Sócrates
Rafael Cavalcanti Braga
Graduando do Bacharelado em Ciências e Humanidades pela UFABC
Palavras-chave: debate ético, argumento
Apologia de Sócrates se trata da obra em que Platão relata o julgamento e a condenação de seu mestre pelo tribunal de Atenas no ano 399 a.C. As acusações apresentadas contra Sócrates foram: não aceitar os deuses reconhecidos pelo Estado, introduzir novos cultos e corromper a juventude.
Para se defender, o réu escolhe a si mesmo e, logo no início de sua defesa começa por rebater a opinião espalhada pelos acusadores aos juízes de que deveriam se precaver diante de suas palavras, pois ele se tratava de um formidável orador, e a isto Sócrates responde: “eis o que me pareceu a maior de suas insolências, salvo se essa gente chama formidável a quem diz a verdade” (Platão, p.65)
O que já se pode notar logo no início do julgamento é o comprometimento que o acusado tem em dizer e promover a verdade. Este ato, somado a muitos outros encontrados no texto já se configura como a base a que deve se assentar todo o argumento moral. Para que um debate moral tenha validade, o primeiro princípio é o de que a verdade esteja em tudo o que seja dito, porque, se for de outra maneira, conseqüentemente não há como se chegar a conclusões que sejam verdadeiras.
O debate moral se vale de reflexões e abstrações que almejam fornecer respostas verdadeiras ou ideais às mais variadas situações em que o homem se encontra. Já dentro de um tribunal, não necessariamente a busca pela verdade será levada em conta pelos juízes, mas sim a obediência a que estes devem às leis. No caso, Sócrates seguiu os ideais éticos em que acreditava, expondo aos jurados que todas as suas atitudes eram morais e que não havia, em momento algum, agido de acordo com as ações que o acusavam de ter realizado, diferentemente de seus acusadores, que eram motivados por questões pessoais.
As motivações dos que o acusavam eram, em sua