A ANÁLISE DA OPÇÃO DE INTERNALIZAR OU EXTERNALIZAR
ATIVIDADE DE P&D À LUZ DE TEORIAS SOBRE ORGANIZAÇÕES
Dusan Schreiber
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Resumo
O tema de inovação deixou de configurar uma opção para as organizações passando a ser um requisito obrigatório institucional e legitimizador junto ao setor econômico ao qual a organização se vincula. O centro do debate foi deslocado para a questão da forma de inovar e de pesquisar, notadamente em virtude do expressivo aumento do custo de realizar as atividades de P&D. Destarte constata-se que o processo de P&D faculta diferentes abordagens à luz de mais relevantes teorias organizacionais, o que permite realizar uma análise mais completa do processo decisório no tocante a formas de conduzir P&D que se restringe a três alternativas – P&D interno, externo ou combinando o interno com o externo. O presente ensaio teórico tem por finalidade analisar as três opções e para tanto traz diversos autores das teorias organizacionais.
Palavras-chave: inovação, formas de realizar P&D, teorias organizacionais.
INTRODUÇÃO
Fazer ou não fazer P&D (pesquisa e desenvolvimento) deixou de ser uma opção para a totalidade das organizações que operam em segmentos industriais como o de tecnologia complexa, de bens de capital, de produtos de alta tecnologia, notadamente em eletro-eletrônica, biotecnologia, nanotecnologia, química, mecânica, cerâmica, além de setores que operam com produtos de consumo final que, devido à concorrência cada vez mais acirrada, passam pelo desafio de aumentar a variedade e reduzir o tempo de desenvolvimento e produção. Segundo Schumpeter (1982) a sobrevivência e lucro extraordinário são reservados apenas para o empreendedor inovador, ou seja, quem inova em produtos e/ou processos cria diferencial competitivo e assume a liderança do segmento onde atua.
No entanto. nos anos setenta esta lógica foi desafiada na sua essência, pois com maioria das organizações