A AMPLITUDE DO TRAFICO DOS ESCRAVOS AFRICANOS
A AMPLITUDE DO TRAFICO DOS ESCRAVOS AFRICANOS
Não é possível avaliar, com exatidão, o papel histórico mundial do trafico de escravos da Africa, senão através de uma estimativa, a mais próxima possível da realidade do volume desses comércios ao longo dos séculos. A esse respeito, consideráveis progressos foram feitos, a partir de estimativas publicadas em 1969, por P.D. Curtin, na avaliação, de sua parte mais importante, isto é, o trafico transatlântico.
Essa tabela permite igualmente constatar que os resultados das pesquisas efetuadas, desde 1876, tendem a comprovar a subestimação dos números de Curtin. Grande parte do trafico transatlântico de escravos ainda não foi detalhadamente estudada.
As estimativas resultantes das pesquisas realizadas, desde 1976, fazem nitidamente aparecer uma configuração que nos permite inferir, razoavelmente, estatística para o conjunto desse comercio. A respeito dessas estimativas importa destacar sua abrangência sobre todos os séculos nos quais o volume do tráfico fora relevante. O total, da ordem de 11 milhões de escravos exportados, ao qual chegaram as estimativas de Curtin, passaria assim a 15.400.000.
No que diz respeito ao tráfico pelo Saara, pelo Mar Vermelho e pelo Oceano Índico, as estimativas disponíveis não são tão confiáveis, pois se baseiam em um conjunto de dados menos fidedignos, com exceção, todavia, daquelas de Raymond Mauny14 e Ralph Austen15. Mauny contabiliza 10 milhões de escravos para o período 1400‑1900 e Austen chega a um total de 6.856.000 para o período1500‑1890, ou seja, 3.956.000 para o tráfico transaariano e 2.900.00 para o tráfico do Oceano Índico e do Mar Vermelho. Em seu conjunto, as estimativas. de Austen aparentemente sustentam‑se em bases mais confiáveis e devem, consequentemente, gozar da preferencia ante aquelas de Mauny. Assim, em termos. gerais, chegamos a aproximadamente 22 milhões de indivíduos exportados da
África negra em direção ao