A amizade como forma de amor
Aquele que conhece outros é sábio. Aquele que conhece a si mesmo é um iluminado. Lao-Tsé.
Está no coração o desejo de amar na forma Filos, porém se na memória da pessoa a dor estiver viva o medo a impedirá de entregar-se ao amor. Constatado através da experiência profissional, o terapeuta Lowen comprovou, a maior dificuldade para as pessoas se abrirem para o amor é o sentimento de culpa, levando a um estado de tensão. Os infelizes têm o coração fechado, inacessível a uma outra pessoa.
Amar é quando o coração da pessoa se abre por completo a uma outra pessoa. O fenômeno em que o coração foi tocado pode acontecer o amor à primeira vista, não necessariamente no primeiro encontro. A excitação por um olhar, um aperto de mão ou um beijo enviando uma onda de calor pelo corpo todo. Essa sensação cria o desejo de ficar tão perto quanto possível do ser amado. O contato físico aumenta a excitação, havendo uma descarga da tensão criada pelo desejo. Lowen defende a tese que só quando se aceita sem culpa e nem julgamento a pessoa é capaz de abrir-se para o Amor Filos.
Há pessoas que nutrem o tabu de não manter o contato sexual com a pessoa amada. Esse tabu, segundo Lowen, advém de experiências de infância do período edipiano, tendo como efeito separar a personalidade, a sensação de amor no coração da sensação de desejo sexual no aparelho genital, bloqueando a satisfação do amor. Muitas pessoas infelizes jamais têm contato com a sensação e o desejo de amar ao mesmo tempo. Diz o mito relatado por Aristófanes em O Banquete de Platão, que no início os seres eram duplos e esféricos, e os sexos eram três: um constituído por duas metades masculinas, outro por duas metades femininas e o terceiro, andrógino, metade masculino, metade feminino. Zeus cortou-os em dois para enfraquecê-los. Cada ser tornou-se então um ser fendido e o amor recíproco se origina da tentativa de restauração da unidade primitiva. Muitos chamam esta busca de encontro da alma