A alegoria da caverna nos tempos de hoje
De acordo com o trecho lido em Marcondes (2009), Platão nos inicia no dilema da condição humana com o mito da caverna: o homem que consegue abandonar as sombras (domínio das coisas sensíveis) e ter com a luz que vem de fora da caverna (domínio das ideias) teria realizado a passagem do senso comum como visão de mundo para a explicação da realidade a partir do conhecimento filosófico, superando sua condição de ignorância.
A “Caverna das Aparências” do filósofo funciona como um cativeiro, e os prisioneiros que habitam seu interior, acreditam que as sombras que vêem projetadas dentro dela são a realidade, isto significa dizer que os prisioneiros vivem sendo enganados por um processo de ilusão que os fazem tomarem o falso como verdadeiro. Com relação ao Show de Truman (WEIR, 1998) vemos a ilha de Seaheaven como é um grande cenário – um mundo falso – que também funciona como um cativeiro para o protagonista do filme, Truman Burbank, que vive sua vida dentro dela sem saber que é o astro de reality show exibido em uma rede de televisão.
Já os prisioneiros do mito da caverna, estão algemados – estas algemas representam os pré-conceitos e pré-juízos das pessoas comuns. O pensamento irrefletido no cotidiano . (PLATÃO, 2009). O que prende Truman (WEIR, 1998) na ilha é a rotina – seu dia-a-dia – e todas as estratégias subjetivas pensadas e aplicadas pelos mentores do reality show para torná-lo uma pessoa passiva, alienada e conformista.
Em Platão (2009), um dos prisioneiros da caverna se torna um sujeito questionador e a partir daí percorre um doloroso caminho para fora da caverna. Truman (WEIR, 1998) também começa a questionar o mundo