o mito da caverna
Para compreender o Mito da Caverna temos de considerar que essa alegoria consta do capítulo VII da sua obra principal – A República – dedicada a especificar, em forma de diálogo, como deveria ser a cidade ideal, capaz de propiciar aos homens existência plena e vida segura. A linha geral da obra contempla, portanto, a organização do Estado e da Sociedade, embora se tratasse de cidades-estados, e não do Estado como hoje o conhecemos. Platão entendia que esse Estado ideal devesse ser gerido por filósofos, ou que seus gestores tivessem sólida formação filosófica, usando, em boa medida, a alegoria da caverna para justificar isso.
Além do mais, é preciso considerar que Platão, à semelhança de boa parte dos gregos clássicos, adota perspectiva filosófica específica, que hoje geralmente designamos de Metafísica. Isso leva Platão a entender que tudo o que existe possui uma essência que é determinante e condicionante daquela forma específica de ser. Segundo ele, para além daquilo que se oferece à nossa visão, há uma essência em cada coisa e é ela que determina o que a coisa é.