O mito da caverna
Um mito da Filosofia, o Mito da Caverna, narrado por Platão em A República, é transposto para uma narrativa cinematográfica contemporânea. Essa transposição está fortemente ligada à tese e à crítica de Platão de como de encontra a condição humana.
O filme em questão foi lançado em 2004, pelo jovem indiano M. Night Shaymalan, levando o nome de A Vila (The Village). Com uma atmosfera de aspecto antigo, cidade de época, passa uma sensação de simplicidade, que também acompanha sua sinopse. A vila na qual os personagens do filme moram é, a princípio, um lugar calmo, tranqüilo, de harmonia e perfeito para se viver, porém, atormentada por seres estranhos que impedem os moradores de atravessarem a floresta. Portanto, esse tal medo do desconhecido, a qual chama de "Aqueles que não podemos falar", é o que faz com que as pessoas permaneçam na vila, deixa-os sem coragem de atravessar a floresta.
Assim, a narrativa do filme gira em torno da seguinte situação: os habitantes vivem na vila, sabendo que há algo exterior à ela advindo da floresta que os causa medo, fazendo com que continuem aprisionados na vila. Relacionando com a narrativa platônica, há semelhanças que não são meras coincidências, pois nela trata-se de homens que estão voltados para o fundo de uma caverna, presos a grilhões que os impossibilitam de olhar para a abertura da mesma e ver a luz que vem de fora, e então apreciam as sombras, que vêem como realidade. O mito indica a ignorância do homem, faltando-lhe o conhecimento, possuidor de uma percepção de realidade restrita e irreal, equivocada.
Em ambas as narrativas há limtes geográficos, na platônica configurando-se pela caverna sombria e no filme representados pela vila, cercada pela floresta. No filme, os "cadeados e grilhões", que também estão presentes no texto, são afrouxados ao passo que Lucius Hunt se sente instigado a conhecer a floresta, porém é impedido pelos