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António, Eça de Queirós (caricatura) 2000. A vida de Eça de Queirós dava, ela própria, um romance? Talvez, mas um de garantida monotonia. Eça viveu primeiro 27 anos em Portugal, e em seguida outros 27 no estrangeiro. Quando se tornou conhecido no seu país, já o tinha abandonado. Mais ainda: essa celebridade, conservou-a Eça como um segredo. Poucos sabiam, os próprios filhos o ignoravam, que o «senhor cônsul era um escritor famoso na sua terra. Mas viveu, teve amigos, alguns inimigos, e infindáveis falta de dinheiro. A morte surpreendeu-o em Paris, em 1900, aos 54 anos. Era Verão, ara agosto, dia 16. Lá longe, a pátria estremeceu. Mas gastou pouco tempo a chorá-lo. Descobriu que, nos seus livros, o romancista prosseguia, afinal, de saúde excelente.
Revista expresso nº1450, de 12/07/2000 (100 anos da morte de Eça)
José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de novembro de 1845 — Paris, 16 de agosto de 1900) é um dos mais importantes escritores portugueses de sempre. Foi autor, entre outros romances de reconhecida importância, de Os Maias e O crime do Padre Amaro; este último é considerado por muitos o melhor romance realista português do século XIX.1