Zygmunt Bauman - Receita para a felicidade
FILOSOFIA, ÉTICA E CIDADANIA – 2015/01
ENGENHARIA CIVIL – FAPA MANHÃ
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Zygmunt Bauman e a receita para a felicidade
Segundo o filósofo polonês Zygmunt Bauman, em entrevista ao programa Café Filosófico, da TV Cultura, chegando a uma de suas inúmeras e lúcidas conclusões aos seus já então mais de 80 anos de vida, existem dois elementos essenciais à felicidade do homem, ou em suas palavras, "à uma vida recompensadora e relativamente feliz". Segurança e liberdade. Bauman qualifica a vida sem liberdade, ainda que com segurança, como escravidão, e a mesma, sem segurança, ainda que com liberdade, como um completo e incapacitante caos. Portanto, é preciso os dois. A questão, porém, segundo o filósofo, é que talvez ninguém, vivo ou morto, tenha encontrado a fórmula de ouro para o assunto: a mistura perfeita de segurança e liberdade. Para mais segurança, o homem entraga sua liberdade. Para mais liberdade, entrega sua segurança. Como resultado de uma vida segura, os homens tendem a desenvolver nostalgia à liberdade perdida. Como fruto de uma vida livre, o sentimento passa a ser então pela constância e estabilidade que outrora perderam em detrimendo da liberdade. A mescla perfeita de ambas, portanto, é impossível. E a discussão será eterna. Bauman tem convicção no que diz. E sua análise, de fato, resume bem praticamente todo e qualquer tipo de conflito humano que se há notícia, tanto em âmbito social quanto intrapessoal. Quando optamos por uma vida segura, não seguindo nossos sonhos, optando por se tornar engenheiro ou advogado ao invés de tentar tornar-se ator, cantor ou jogador de futebol, estamos de certa forma abrindo mão de liberdade em busca de segurança. O mesmo ocorre, como exemplo inverso e contraponto, quando escolhemos uma vida livre, nômade ou sem padrões sociais, sem formação acadêmica ou então vínculos empregatícios, abrindo mão da segurança em prol da auto-liberdade de ter a vida em mãos. Quando criamos uma