zika
José : "A vida tava difícil naqueles dia... Quase tudo meus vizinho venderam as fazenda pros moço da cidade né... Mas eu não, eu ia ficar ali inté morrê porque não ia intrega todo aquele terreno e aquela casa q passô por toda minha famia de graça pros moço. Isso não. Já tinha me vindo mais de uma veiz, uma veiz acabei vendendo um pouquim de terreno, mas mi arrependi. Minha muié tava ficando muito duente, e eu num tinha o q fazê... Mainha, como sempre, tava lá firme e forte, e minha fia... Maria das Dores... Ela sempre foi meia espuletada... Mas nunca pensei q faria isso... Pensei que a bixinha ia casá cum um moço rico da cidade pra ajudá a famia... Mas a rapariga fugiu com um graúdo que trabaiava por aqui e queria viver na cidade... Essa..."
Pingo D'água entra em cena.
Maria : "Pois, oia só quem vem falar de mim, olhe pra tu Paím, tu nem teu nome tu sabe escrever. Eu agora sou moça da cidade, conhecida e adorada por muitos, principalmente pelos homi (faz gracinha). Verdade isso que tu tava me xinganu? Quem tu acha q és? Tu nunca se preocupuou com minha educação, só te preocupava em me manter enfurnada naquela casa e procurar um partido rico pra eu casar e vocês sugar tudo q ele tinha, se aprume bixim. fale boxta não."
José : "Sua rapariga, tu num tem direito de falar nada não, fugiste com aquele Labrego e causaste a morte de tua mãe e avó, além de que tu não me ajudou e tamo perdeno nossa terra que passou do teu avô pra mim, e ia ser tua se tivesse arrumado um graúdo rico."
Maria : "A vida é minha paím, e eu fugi sim. Ninguém tem direito de encabrestar ninguém não, visse? Eu era doida pra sair de lá, mas por causa de costumes, vocês não me deixavam ir. Hoje vivo na cidade, e sou sim uma Rapariga. Isso mesmo ra-pa-ri-ga, me-re-triz, e com muito orgulho. E se um dia eu