xintoismo
O xintoísmo é uma religião étnica, ou seja, é a religião de um único povo, criada no Japão no século VI, onde formou-se no interior dessa etnia, a ponto de que o povo e religião formarem uma só coisa com a cultura, a história e a mentalidade. Por essa qualidade, o xintoísmo não é uma religião proselitista, ou seja, não envia missionários para difundi-la entre outros povos.
O xintoísmo não conhece divindades ou um deus, mas reconhece a existência dos P1kamis que significa seres divinos ou espírito dos antepassados, que podem se hospedar em tudo o que existe como árvores, rios, montes, etc e, naturalmente, nos homens, em particular, nos defuntos que foram pessoas importantes na vida do país, como os soldados mortos nas guerras, os heróis nacionais, os antepassados e, sobretudo, os imperadores.
No Japão, todas as religiões são chamadas de ensinamento ou kyo, assim somente é definido como: o caminho dos deuses e dos seres divinos (kami). O estudioso C.D. Holtom define o xintoísmo como "a síntese peculiar de ritos e crenças praticadas pelos japoneses celebrando, dramatizando, interpretando e cultivando os principais valores da sua vida nacional".
O xintoísmo sofreu durante séculos a influência do budismo (ritos e formas arquitetônicas dos tempos, o conceito de oração, a teoria da reencarnação), do confucionismo (o culto dos antepassados e o senso de pertença e de dever do indivíduo para com a sociedade) e do taoismo (crença animistas e práticas mágicas).
No século passado, houve uma reação por parte do imperador Meiji que reformou o xinto, trazendo-o de volta à pureza primitiva. Nessa reforma, a preocupação não foi somente religiosa, mas também política, visto que se desejava fortalecer o poder do imperador. Criou-se, assim, um xintoísmo de Estado com seus santuários (Jinja), estritamente separado do xintoísmo popular e de seus lugares de cultos (Miya).
A partir dessa reforma, o imperador foi deificado e definido como quem “integra, coordena,