Xavante
Sua tradição tem uma maneira própria de ser transmitida e transformada, através de relatos, rituais e ensinamentos. A escrita é uma necessidade para qual o povo xavante se adaptou, com o intuito de reivindicar seu espaço na sociedadenacional e internacional. Os xavantes têm uma organização supostamente dualista e essa percepção da vida como um todo divide tudo permanentemente em metades opostas e complementares, mas há outras formas de divisão coletiva e organização das relações, como em trios ou quartetos. Esta é a chave da cultura dos xavantes. Existe também a corrida de buriti, denominada de uiwede, uma corrida de revezamento em que duas equipes de gerações diferentes correm cerca de 8 quilômetros, passando um tora de palmeira de buriti de cerca de 80 kg de um ombro para o outro até chegarem ao pátio da aldeia.
Desde pequenos, os meninos formam grupos de idade semelhante as crianças e se reúnem para uma das mais importantes tradições xavante: beber o sangue de seus pais para que possam começar seu exilamento. Quando chega o tempo certo, os mais velhos decidem a entrada no Hö (casa tradicional, especialmente construída numa das extremidades do semicírculo da aldeia, para a reclusão dos wapté durante o período de iniciação para a fase adulta), onde os meninos vão viver reclusos, por cinco anos, até o momento de casar com uma moça capturada de uma tribo inimiga para ele. Antes de os meninos entrarem para o Hö, acontece a cerimônia do Oi'o, em que os meninos demonstram sua coragem, seus medos, sua fraquezas através da luta entre homens e suas mulheres
O ritual de furo de orelha acontece na passagem da adolescência para a vida adulta. Todo menino xavante, de 10 a 18 anos, passa por um período de reclusão de cinco anos na casa dos solteiros, onde o jovem permanece sem contato com a tribo. Nesse período, o jovem fica todo o tempo em uma casa, chamadaHö, onde tem contato apenas com os animais. Ele só deixa a casa para rituais e para atividades fora