origem dos xavantes

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Guerras e Lutas

À medida que os grupos xavantes cediam às pressões da expansão nacional, os territórios que lhes haviam por mais de 100 anos garantido a reprodução de seu modo de vida tradicional, tornavam-se acessíveis à colonização e, especialmente, à produção capitalista.
Nos anos 1960 e 1970, por incentivos fiscais do governo, destinados a aumentar a colonização e o desenvolvimento econômico em larga escala da região, colonos e fazendeiros chegaram por lá. O acesso a porções do território tradicional do povo Xavante envolveu, muitas vezes, fraudes. Sabe-se de casos em que, para disponibilizar terras à produção capitalista, autoridades alteraram mapas e atestaram a ausência de habitantes indígenas. Imensas extensões de monocultivo agrícola – de início, sobretudo arroz de terras altas; mais recentemente, soja – foram implantadas pelos fazendeiros, que também desmataram vastas áreas de cerrado com vistas à criação de gado.
Intensas lutas pela recuperação de terras ancestrais, bem como esforços para demarcar as terras que ainda continuavam sob seus domínios, caracterizaram o final da década de 1970 e o início da de 1980. A partir de meados dos anos 1970, muitas das famílias que haviam deixado as terras habitadas no período anterior ao contato para buscar refúgio em missões ou postos do SPI começaram a retornar para seus territórios de origem. Ao fazê-lo, encontraram as áreas ocupadas por colonos ou por fazendeiros dedicados ao agronegócio de larga-escala. Em alguns lugares, os colonizadores haviam estabelecido cidades inteiras. Quando líderes xavantes se puseram a reivindicar direitos sobre suas terras, a violência, concreta ou como ameaça, aconteceu em muitos locais.
Ao pressionar fortemente o Estado com vistas à demarcação das terras, os Xavantes enfrentaram adversários de peso (fazendeiros com grande poder político e imensas propriedades). Uma delas era a Agropecuária Suiá-Missu, que desalojou os Xavantes da área a que chamam Marãiwatsede. Nos anos 1970,

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