Willian wilson
Uma análise do conto William Wilson de Edgar Allan Poe
Em seu conto “William Wilson”, Edgar Allan Poe conta-nos a história de um rapaz que encontra, logo no primeiro dia de escola, um colega com o mesmo nome que o seu. Mas as semelhanças não se limitam ao nome, em tudo eles são iguais: na forma de agir, na forma de andar, na forma de falar e de se vestir, sendo a única diferença palpável (ou, mais corretamente, indicada pelo narrador) a voz deste duplo, que era sempre sussurrada.
No princípio da história, o narrador e seu doppelganger eram apenas colegas de escola, que se detestavam levemente por serem tão parecidos. Interessantemente, a coisa que mais causava asco e desprezo do narrador pelo seu sósia era a maneira protetora com que ele o tratava. O duplo sempre dava conselhos para o narrador, que os desprezava, mas que admite que, se tivesse os seguido, não teria caído na desgraça que caiu. Após concluir o ensino fundamental, o narrador entra em uma espiral de decadência moral e espiritual, envolvendo-se em orgias, traições e jogos de azar, enredando-se cada vez mais neste mundo sombrio. Porém, certa vez, quando iria tirar todo o dinheiro de um colega de universidade num jogo de cartas, um certo estranho, que se vestia da mesma maneira que o narrador, interveio, e denunciou o golpe armado por este. Depois disto, o narrador fugiu da Inglaterra para o continente europeu, e toda vez que iria praticar um crime ou atentado à ética, seu sósia apareceria e o entregaria.
É interessante notar que, desde os tempos de escola, o narrador falava sobre sua relação competitiva com seu duplo, e como ele estava sempre na defensiva, temendo ser subjugado por este, mas nunca falou de forma direta sobre a relação deste outro William Wilson com os outros colegas. Ele apenas diz que ele era o segundo na hierarquia estudantil, atrás apenas do outro Wilson, mas nunca disse se isto era um “consenso” entre todos os estudantes ou se