Literatura - Willian Wilson

WILLIAM WILSON – NO ESPELHO D’A FILOSOFIA DA COMPOSIÇÃO
Priscila Ligoski1
1 Apresentação

Há inúmeros autores que já se preocuparam em detalhar e elucidar os caminhos percorridos para se chegar à criação de uma obra literária. Edgar Allan Poe, ao escrever sua
Filosofia da Composição, revelou a maneira pela qual seu renomado poema – O Corvo – foi construído, além de também indicar alguns aspectos necessários para a elaboração de um bom texto. A partir disso, mostra-se imperioso aplicar essa metodologia postulada por Poe para auxiliar a compreensão e o desvelamento do conto William Wilson, o qual também foi escrito pelo autor citado. Sendo assim, julga-se relevante mencionar que o trabalho volta-se para a aplicação e a apreciação dos elementos referendados n’A Filosofia da Composição para a criação de uma obra e que não há interesse na discussão sobre o mérito de veracidade ou de intenção do autor ao escrevê-la, haja vista que a pertinência está em refletir acerca dos caminhos que levam à forma narrativa singular. Desse modo, realiza-se uma análise dos elementos formadores da estrutura do conto William Wilson pelo viés da aplicação da
Filosofia da Composição, assim como fora realizado em O Corvo; interessa, portanto, refletir acerca dos pressupostos utilizados como base para a criação de obras literárias.

2 Processo criativo: inspiração ou laboração

O processo criativo de cada autor é algo que instiga e fascina, por conseguinte, criaram-se muitos mistérios e teorias acerca dele, como é o caso da inspiração, quando se diz aparecer por influência e mandamento das “musas”, ou, então, da própria criação, quando alguns autores asseveram ter escrito toda a narrativa num curto espaço de tempo, sem alterála, ou outros que afirmam desenvolver um processo árduo e contínuo de construção do texto.
Nesse último grupo, enquadra-se Edgar Allan Poe, o qual afirma, em sua Filosofia da
Composição, haver precisão e sequência rígidas de um problema matemático