Weber e a sociologia compreensiva
A visão de mundo de Weber vai dar a base de sua metodologia.
Para Weber a realidade é infinita, caótica, inesgotável, enquanto o espírito humano é finito e limitado, por isso não existe um conhecimento que a abarque em sua totalidade, ao contrário, ela pode ser apreendida por diferentes ângulos. Logo esse conhecimento será sempre parcial e provisório. O conhecimento seria então fruto de um recorte particular dessa realidade e esse recorte é feito a partir das referências pessoais do pesquisador. O cientista social então ao tomar como objeto um recorte da realidade ele empreende uma tarefa distinta daquela empreendida pelos cientistas naturais.
Então, para ele a sociedade se constitui numa rede de interações, intercâmbios e conflitos provenientes das diversas orientações que os indivíduos dão as suas ações: dão um sentido político, econômico, religioso, artístico, etc. Através de suas ações os homens dão significado a esse mundo imenso e caótico.
Segundo sua concepção não existe um mundo objetivo, no sentido de Marx. O mundo objetivo para Weber é uma rede de intersubjetividades, onde a ação individual seria o núcleo que dá significado ao mundo. A objetividade só pode ser apreendida através das ações individuais. Ou seja, a sociedade não existe como totalidade, mas como intersubjetividade que tem origem nas ações dos indivíduos. Os aspectos da realidade se manifestam nos atos individuais.
Também não considera que a ordem social se opõe aos indivíduos como força exterior como pensava Durkheim. Ao contrário, para Weber as normas sociais só se concretizam quando se manifestam nos indivíduos sob a forma de motivação. Cada sujeito age levado por uma motivação, que se orienta pela tradição, pela razão ou pela emoção. O motivo quando se manifesta na ação concreta, dá a ela um caráter econômico, político, religioso, etc. O objetivo que transparece na ação só é social na medida em que cada indivíduo age em resposta ou reação a cão