Vínculo entre Psicólogo e Paciente
No contexto da análise psicológica o vínculo possui fundamental importância, visto que é considerado um elemento básico do processo terapêutico, o qual possibilita que psicólogo e paciente compartilhem da “abertura que protege a análise”. Tal abertura é caracterizada pela confiança mútua entre os dois indivíduos citados, a fim de que possam dialogar entre si sem restrições e que o paciente consiga expor suas aflições, assim como cabe ao psicólogo interpretá-las com o auxílio do analisando.
Dessa forma, o vínculo na terapia se forma a partir da interação entre o psicólogo e seu paciente, já que ao longo das sessões a abertura permite que o paciente transmita ao analista tudo aquilo que para ele é desprovido de sentido, novo e que é até então desconhecido, capaz de gerar angústias e aflições, e assim, provocará no analista também uma abertura, a fim de que ele se atente ao que está sendo colocado em análise e ajude o paciente a atribuir significados.
Uma vez que o vínculo se forma, pode ser mantido por dois fenômenos: a transferência e a contratransferência. O primeiro termo remete aos afetos, sentimentos e impressões do analista em relação ao paciente, já o segundo termo, remete aos afetos, sentimentos e impressões do paciente em relação ao analista.
Contidos entre esses fenômenos, existem três processos igualmente importantes – a identificação, a complementaridade e a alteridade. O primeiro processo compreende que os sentimentos do paciente podem ser percebidos pelo analista em si mesmo. Em outras palavras, o analista coloca-se no lugar do paciente para compreender as suas aflições. Já o segundo processo remete ao fato de que o terapeuta ocupa um lugar na dinâmica de afetos do paciente, sendo a recíproca verdadeira. E, por fim, o terceiro processo alude o fato de que tanto o analista quanto o paciente devem ter a consciência de que são diferentes entre si e não podem se confundir, mesmo que a identificação entre ambos