Voltas Que A Vida D Zibia Gasparetto
A DIFERENÇA ........09
A VISITA............13
O RECURSO...........15
O CAMINHO...........17
OS DETALHES.........22
O ENTRAVE...........27
O RESPEITO..........30
O GENUFLEXÓRIO......35
A LENDA DOS URUÇUS..39
A CRISE.............43
O COMPROMISSO.......47
A CLARINADA.........51
O ESBARRO...........54
A PUNIÇÃO...........58
A GRAVATA...........61
O SABER ESPERAR.....65
O RETRATO...........69
O ARGUMENTO.........73
OFERTA..............77
A CORRENTE..........81
JORNADA NOVA........86
O PASSE.............89
O PREÇO DO SILÊNCIO.93
A ESPERANÇA.........97
VOLTAS QUE A VIDA
DÁ
“Meu amigo Ricardo Teixeira de Melo, homem prudente e habilidoso, conseguiu à custa de enorme economia juntar fortuna regular.
Esforçara-se durante muito tempo no trabalho árduo, e a riqueza, coroando-lhe os esforços, o ajudara a estabelecer-se com rendosa indústria manufatureira.
Entretanto,
apesar de estar financeiramente bem, Ricardo não modificou sua maneira de ser.
Habituara-se à poupança e ao controle excessivo dos mil réis, sem darse conta de que já podia usufruir de maior conforto e menos preocupação com a manutenção de sua família.
E, assim, ele vigiava o horário dos empregados na fábrica, calculando o custo dos minutos perdidos nos atrasos comuns durante o serviço. Em casa, não permitia o menor deslize no orçamento magro, jamais propiciando aos familiares o conforto e, às vezes coisas mais necessárias. Quando a esposa, aborrecida, aludia à sua vantajosa situação financeira, ele dizia:
- Você que pensa! Eu é que sei dos compromissos e responsabilidades!
Não. Não posso gastar de maneira alguma. E a mulher tristemente remendava ao máximo as roupas da família e fazia tremenda ginástica para não sair do magro orçamento doméstico.
Dessa forma, os bens de Ricardo duplicavam sempre, sem que ele mudasse o padrão de vida a que desde jovem se habituara. Ao contrário, com o correr dos anos foi ficando pior. Não tirava férias para melhor poder vigiar o negócio, era