Você é fóbico?
Fobia é um sentimento ou reação extrema de rejeição a algo que não gostamos, não concordamos, não aprovamos ou temos medo. Aliás, é o medo levado ao seu extremo, a aversão, o pânico. Pânico este que pode produzir atitudes igualmente extremas. Paulo Freire dizia que o medo é fruto da ignorância; que temos medo daquilo que não conhecemos. A fobia, aliás, é um medo doentio. Costumamos chamá-lo também de pavor. Podemos ter pavor do escuro, de altura, de avião, de ficar só no elevador, de multidão, de falar em público. Mas, também, podemos ser fóbicos/as em ralação a pessoas, comportamentos, maneiras de ser numa sociedade. Nesse caso, nossa fobia pode ser danosa a alguém ou a algum grupo, além de nós mesmos/as.
Muitos/as de nós não sabemos se somos fóbicos ou não, até que uma situação ou fato social nos revele. Piora um pouco as coisas o fato da fobia ter componentes inconscientes, quer dizer, não sabemos, muitas vezes, porque reagimos assim. Não faltam, entretanto, motivos e modelos que estimulam os comportamentos e sentimentos fóbicos. A homofobia, por exemplo, é característica marcante em programas humorísticos, conversas de bar, atitudes de professores/as em muitas escolas Brasil afora, só para ficar em três exemplos. Poderíamos dizer que há muitas coisas que ignoramos porque não as vemos. Mas, não vemos porque o fenômeno não está aí para ser visto ou porque tememos vê-lo? A invisibilidade torna o fenômeno inexistente? Vamos falar francamente: você já viu duas mulheres se beijando na boca numa rua movimentada de sua cidade? Ou dois homens adultos fazendo carinho no parque onde você caminha? Um homem e uma mulher se beijando no cinema? Diga com sinceridade: o que você sentiu e como reagiu? Ficou excitado/a ou até feliz com a notícia de prisão, repressão violenta ou assassinato de gays/lésbicas? Desconfiou de uma pessoa apenas por sua aparência muito masculinizada ou afeminada em aparente desacordo com seu