viver para reconciliar
Posted on janeiro 16, 2009 by Editor http://www.geocities.com/Athens/Crete/7424/linsocul.doc. A intenção básica do presente trabalho é a de demonstrar que, entre a língua brasileira e a lusitana, há um afastamento que não é do século XX, mas que vem dos primeiros tempos da colônia e que, em conseqüência, a tese da unidade lingüística luso-brasileira tem sido colocada sobre uma base precária, confundindo-se prática normativa da língua literária com língua falada.
Os estudos sobre a língua, no Brasil, permaneceram, por muito tempo, à margem da contribuição dos historiadores que, desde os meados do século XIX, procuraram entender essa realidade lingüística à luz do material coligido por estudiosos dedicados como Francisco Adolfo Varnhagen, João Francisco Lisboa, Aires do Casal, Capistrano de Abreu e Teodoro Sampaio. No século XX, porém, com a criação da universidade brasileira, foi sendo desenvolvido um esforço importante, seja para provocar, em estudantes universitários e em investigadores, brasileiros e estrangeiros, uma atenção bem maior sobre o problema da língua do Brasil, seja para atuar criticamente sobre o material recolhido. De tal esforço, resultaram trabalhos em que o relacionamento entre língua e sociedade no Brasil pôde ser debatido, sem que tenha havido, porém, uma análise mais aprofundada da variável psicológica desse relacionamento.1Recentemente, apresentamos ao público especializado um trabalho dentro dessa linha, para situar mais adequadamente a contribuição nativa para a formação da língua do Brasil e para evidenciar os movimentos básicos que conduziram à formação dos diversos falares brasileiros.2
A necessidade de confronto da língua brasileira com a lusitana, a nosso ver, tende a levar a análise da realidade lingüística americana a um aprofundamento que não pode prescindir do estudo psicológico-social das relações interpessoais dos habitantes da terra, entre si e com todo estrangeiro, colonizador,