Edgar Morin E Paulo Freire
Edgar Morin vai propor a reforma do pensamento para reformar o ensino para reformar o pensamento e perceberá a necessidade de seguir princípios que levem o pensamento para além de um conhecimento fragmentado que, onde as interações entre um todo e suas partes não sejam possíveis, anula o complexo e oculta os problemas essenciais. É preciso um pensamento e um conhecimento que rompa, igualmente, com a idéia pré-fabricada da globalidade, sem qualquer ponto com o particular, o cotidiano, o local.
Esses paradigmas inclusivos em matéria de educação permitem reconciliar o pensamento científico e o pensamento humanista. O primeiro desassocia os saberes e desconhece o destino humano, enquanto o segundo, muitas vezes, dá de ombros para os avanços da ciência, em intermináveis questionamentos acerca da existência. É por isso, entre outras razões, que Morim percebe a necessidade de uma reforma profunda no pensamento,isto é, para organizar, arrumar, reconciliar estes dois setores de conhecimento.
Nesse ponto, é que o autor vai esclarecer que é preciso ter uma cabeça-bem feita, ou seja, uma cabeça que esteja em consonância com os “verdadeiros” propósitos da Educação,todos aqueles que não conseguem manifestar-se em uma cabeça cheia, via de regra, cheia de banalidades, “porcarias”. É preciso que a Educação ensine os humanos a viver, na plenitude, a condição humana, condição esta que está sujeita a incertezas, mas através da vivência da incerteza é que há a construção de cidadania nestes nossos tempos.
Os tempos contemporâneos, absolutamente velozes, produzem um sem número de informações, tais informações compartimentalizam a nossa análise da realidade. Não há nesse acúmulo de informações variadas uma ponte entre o local e o global. Há a ausência de um olhar geral que confira alguma sabedoria ao humano. São ilhas de conhecimento. Morin aponta três desafios para que a Educação consiga decodificar a complexidade: o primeiro seria um olhar cultural,