Visconde do Uruguai
Paulino José Soares de Souza, também conhecido como Visconde do Uruguai, desempenharia grande influência no cenário nacional desde a constituinte de 1823 até meados da década de 1860, sobre um importante debate no Brasil do século XIX entre centralizadores e federalistas. Situando-se entre os conservadores, em oposição aos liberais, tendo observado o contexto cultural do país, acreditava no Estado centralizado como um instrumento fundamental para o estabelecimento de uma sociedade e de um Estado que garantiria os direitos civis da população e o crescimento progressivo de sua participação na vida política, conservando assim a unidade do Império.
Visconde do Uruguai baseia-se na ideia de Tocqueville que diz que a ausência de toda e qualquer centralização governamental impedia que as nações da Europa marchassem com energia para algum fim. E que no Brasil não tínhamos uma educação que nos preparasse para nos governarmos nós mesmos, como a formaram os ingleses por séculos, como foi herdada pelos Estados Unidos; não podíamos ter adquirido os hábitos e o senso prático necessários para esse tipo de governabilidade. Isso porque a colonização portuguesa no Brasil foi marcada pela descentralização, através do espaço dado as iniciativas particulares com as capitanias hereditárias devido a grande extensão territorial; com um poder metropolitano insuficiente que gerou um poder oligárquico forte, elemento que poderia dividir o Império. Ele acreditava ser necessário construir uma unidade nacional para o Brasil não viver separatismos como na América espanhola e conter revoltas de escravos como ocorridos no Haiti. A monarquia seria o único capaz de parar essas ameaças, além de uma garantia contra os danos do autoritarismo local.
No entanto, como observa Tocqueville e outros, existem duas espécies de centralização muito diferentes uma da outra, a centralização política ou governamental e a administrativa. Havendo interesses que são comuns a todas as partes da