Virtú e fortuna na política atual
Nicolau Maquiavel nasceu e viveu em Florença, onde trabalhou durante muitos anos no cargo público. Conheceu os ideais renascentistas e vivenciou um quadro político perturbador. Este se tratava da descentralização do poder na Itália. Devido ao declínio do Feudalismo, o Mercantilismo surgiu e criou-se a necessidade de haver alguém capaz de conquistar a centralização, pois a maioria dos governantes da Itália não sabia como manter-se no poder por muito tempo. Haviam pequenos Estados com desenvolvimento político, econômico e cultural diferente que, além de gerarem conflitos internos constantemente, propiciavam invasões estrangeiras. Ao deparar-se com este contexto histórico, Maquiavel escreveu “O Príncipe”, um livro em que defende a ideia do fortalecimento do poder real e, por consequência, a centralização e unificação dos cinco Estados italianos sob o controle e comando do Príncipe (O Monarca). Aborda também a arte da conquista do poder, sua manutenção, como administrá-lo e quais as técnicas necessárias para a realização dessas teorias. A maioria eram baseadas em conhecimentos empíricos e por meio de observações de casos semelhantes.
Ao sofrer influência do Renascimento, Maquiavel desconsiderou valores cristãos atribuídos aos homens. Passou a valorizar a ciência e apenas acreditava naquilo que poderia ser provado de maneira racional.
Partindo da racionalidade, era defendido que a Religião deveria ser tratada de maneira distinta aos assuntos estatais. Outro motivo era o fato da Igreja deter grande poder temporal e que quase sempre ia de encontro aos interesses do Monarca.
Esta postura inovadora ainda é seguida no âmbito político, visto que, atualmente inúmeros países ocidentais intitulam-se laicos (neutralidade sobre questões religiosas e sem interferências das mesmas). No decorrer da obra são destacadas duas características intrínsecas a um príncipe para a conquista de poder e sua permanência nele. A primeira