Violências e dilemas do controle social nas sociedades da “modernidade tardia”
Existe uma constante mudança nas formas de imposição de poder e suas relações nas sociedades. Em cada período da história, observam-se adaptações no sistema soberano, em que as características predominantes de um se convertem em outras características. Neste trabalho, é de fundamental importância demonstrar as definições de Foucault sobre o poder excludente, disciplinar e o biopoder.
Para Foucault, o poder excludente, predominante na Antiguidade e na Idade Média, compreende a marginalização, em que os indivíduos considerados anormais são rejeitados, excluídos do convívio social, em espaço separado fora dos limites da comunidade. A reação que se demonstra é negativa, pois as sanções são repressivas e punitivas.
“É preciso punir de outro modo: eliminar essa confrontação física entre soberano e condenado; esse conflito frontal entre a vingança do príncipe e a cólera contida do povo, por intermédio do supliciado e do carrasco.” (FOUCAULT, 1987, p. 63).
O poder disciplinar é aquele que impõe determinadas formas de conduta desejáveis e os indivíduos são docilizados. A reação é positiva, pois não mais são reprimidos os indivíduos, apenas são tornados submissos e destinados a se comportarem de determinada maneira pré-estabelecida. Os indivíduos não são excluídos, mas treinados e capacitados ao exercício do trabalho. O objetivo é diminuir os custos do poder, tornar os indivíduos dóceis, úteis à produtividade, aumentar a produção de aptidões para trabalhar em escolas, hospitais, etc, e ao mesmo tempo, intensificar os efeitos do poder.
O conceito de disciplina de FOUCAULT, definido pelas técnicas de controle e sujeição do corpo com o objetivo de tornar o indivíduo dócil e útil, capaz de fazer o que queremos e de operar como queremos, representa uma teoria materialista da