Violência no Trânsito e o Serviço Social
As causas externas são consideradas de grande importância e representam um sério problema de saúde pública. Nessas causas estão envolvidos dois tipos de eventos: a natureza da lesão apresentada pelo paciente e o tipo ou circunstância do acidente que a produziu. Do ponto de vista da mortalidade, a causa básica codificada, conforme definição internacional (OMS, 1978), é "a circunstância em que o acidente se verificou" ou "a causa que produziu a lesão que originou a morte", pois é sobre esta causa que será necessário agir para evitar que a morte venha a acontecer. Essas causas chamam a atenção, fundamentalmente, porque, além de ocorrerem em grande número, atingem, na sua maioria, uma população jovem. Elas se constituem na principal causa de morte no grupo etário de 5 a 39 anos de idade, sendo que, em algumas áreas, já são a causa mais importante desde a faixa etária de 1 ano de idade (Mello Jorge, 1990). Dados para o Brasil mostram que, para algumas idades, os acidentes e violências chegam a ser responsáveis por mais de 50% dos óbitos. No município de São Paulo, no grupo de 15 a 19 anos, esses valores atingem mais de 80% (Mello Jorge, 1988). A concentração de mortes nas baixas idades e no adulto jovem, bem como os elevados valores com que estas se apresentam, farão com que os óbitos por causas externas representem um dos mais importantes grupos de causas, quando se estuda o indicador de saúde "anos potenciais de vida perdidos (APVP). Bangdiwala et al. (1985) consideram que essas causas são responsáveis por uma perda de cerca de 30 anos na expectativa de vida nos países americanos em desenvolvimento. No Brasil, o total de mortes por acidentes e violências passou de 55.240, em 1977, para 94.421, em 1987, com coeficientes de cerca de 50 para cerca de 70 por 100.000 habitantes no período, representando aumentos de 70,9% e 40,0%, respectivamente.
Neste panorama, os acidentes de trânsito correspondem a uma importante parcela. No